Instituto de Neurocirurgia de Nova Iguaçu - Nova Neuro
Quando considerar atraso no desenvolvimento?

Para considerar o atraso no desenvolvimento a principal característica de uma deficiência intelectual é não atingir os marcadores do desenvolvimento esperados para aquela idade, isso dá um déficit em comparação às outras crianças da mesma idade, que não é perceptível enquanto são pequenos, mas se torna evidente conforme o crescimento e desenvolvimento.
A palavra “atraso”, para se referir a um transtorno de desenvolvimento causa muita confusão, principalmente nos pais. Eles acreditam que, por a criança ser “atrasada”, mais cedo ou mais tarde, o seu desenvolvimento vai se equipara com os demais - assim como uma pessoa “atrasada” demora ao chegar em um determinado local, mas uma hora, chega.
Na realidade, o atraso de desenvolvimento infantil significa que o cérebro do bebê está se constituindo, está criando conexões de maneiras diferentes das de um cérebro com o padrão típico, e após construídas é mais difícil modificá-las.
O cérebro com atraso de desenvolvimento tem menos estimulações, por isso é de suma importância que os pais levem os filhos ao médico neurologista especializado assim que constatarem qualquer divergência do comportamento da criança com o que é esperado para sua idade.
O tratamento realizado em crianças que apresentam transtorno de desenvolvimento é chamado de Estimulação Comportamental Cognitiva, e tem como objetivo enriquecer o cérebro de estímulos, pois quanto mais novo, melhor é o resultado do tratamento.
Nessa etapa, é de suma importante a capacitação dos pais para que também estimulem seus filhos dentro de casa, aproveitando oportunidades durante a infância que nunca se repetirão depois que eles crescem.
Quais são os indícios de atraso no desenvolvimento?

A questão deve ser analisada de acordo com a idade da criança, sendo que os sinais mais comuns de acordo com as faixas etárias são:
- Aos dois meses: o bebê não reage a sons altos e vozes; não acompanha com os olhos pessoas e movimentos; não sorri e não levanta a cabeça quando deitada de bruços;
- Aos quatro meses: não vocaliza nem leva as mãos à boca;
- Aos seis meses: não tenta pegar objetos que estão ao seu alcance; não leva objetos à boca; não responde aos sons do ambiente; não rola; não sorri; não demonstra afeto em relação aos pais ou cuidadores e aparenta ter a musculatura flácida ou rígida;
- Aos nove meses: não se sustenta em pé quando apoiada; não senta sem apoio; não balbucia sílabas (ma-má, ba-ba-bá, etc.); não se reconhece pelo nome ou não reconhece os familiares; não olha para onde o cuidador aponta e não transfere brinquedos de uma mão para a outra;
- Aos 12 meses: não se arrasta nem engatinha; não mostra interesse em brincadeiras de esconder; não faz os movimentos de “tchau” com as mãos e de “não” com a cabeça;
- Aos 18 meses: não anda; não aponta; não copia gestos; não sabe funções de objetos familiares; não fala pelo menos seis palavras; não aprende palavras novas; não se importa ou não repara quando os pais se afastam;
- Aos dois anos: não associa duas palavras (me dá, não quero, etc.); não copia ações ou palavras; não segue instruções simples; anda de forma desequilibrada;
- Aos três anos: cai muito; não consegue subir degraus; baba muito; apresenta linguagem de difícil compreensão; não fala frases nem entende instruções simples; não fantasia durante as brincadeiras; não tem interesse em brincar com outras crianças ou brinquedos; não faz contato com os olhos.
A partir dos 12 meses, também é comum que a criança apresente muita dificuldade em aprender, e, mesmo que já tenha aprendido, pode perder alguma habilidade que tenha conquistado.
Outro sinal de alerta é com crianças que se machucam muito, são estabanadas, tropeçam, esbarram nas coisas, pois pode indicar atraso no desenvolvimento motor.
É importante mencionar que todas as crianças podem atingir seu potencial de desenvolvimento quando inseridas em um ambiente afetuoso, saudável e com estímulos adequados, sendo de extrema importância o acompanhamento com profissionais da saúde para que o tratamento seja efetivo.
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